A psicologia como aliada no enfrentamento do câncer
Por Glaucia de Melo Umemura, Psicóloga -especialista em psicoterapia corporal- que compõe nosso time multidisciplinar
A partir do momento em que a mulher percebe a presença de um nódulo na mama, dá-se início a um processo interno de dúvidas e incertezas.
Tudo muda no segundo em que o médico confirma a doença: pensamentos e sentimentos invadem a mente e a alma.
Havendo a confirmação diagnóstica e a indicação de tratamento, a mulher estará diante de questionamentos acerca de sua sobrevivência, preocupação com o tratamento e condições para realizá-lo. Com o tratamento em andamento as inquietações se voltam para as transformações e alterações corporais e suas consequências. Passando por diversas fases de conflitos internos (explícitos ou não), podendo oscilar da negação à aceitação e, que podem estar acompanhadas por períodos de raiva, tristeza, inquietação, ansiedade, angústia e medos.
Não podemos perder de vista o significado simbólico da mama na vida da mulher.
O câncer de mama e seu tratamento interfere na identidade feminina, levando-se em conta os significados e representações culturais de feminilidade, sensualidade, sexualidade, maternidade, entre outros, que o seio adquire em nossa sociedade. Podendo, inclusive, gerar em muitas mulheres o sentimento de impossibilidade de continuar sendo acolhedora e nutridora de seus entes queridos. O que claro, não corresponde a realidade.
Ter de acolher um tratamento complexo ultrapassa o sofrimento pela doença em si, pois comporta representações e significados atribuídos à doença ao longo da história e pela cultura e, alcança as configurações do Ser Feminino, interferindo nas relações mais íntimas e básicas da mulher. Sua identidade pessoal, autoestima, imagem corporal, sensualidade e sexualidade, os relacionamentos interpessoais, relações de amor, a reinserção social e adaptação profissional são amplamente impactadas.
As alterações emocionais por que passam a mulher e também seus familiares não se encerram com a cirurgia, mas, vão além, com os tratamentos (quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia) e, inclusive, no pós tratamento.
Não existe estudo que comprove a relação direta entre as emoções e o Surgimento do câncer. Mas, se sabe a partir de diversos estudos e pesquisas, da ligação entre o estado emocional e o sistema imunológico.
Cada emoção tem um componente direto no sistema imunológico, que consequentemente reflete no físico. É importante notar que não há emoção que cause diretamente uma doença, nem mesmo o câncer. A relação está entre o estado de saúde mental e a fragilização do sistema imunológico.
A saúde mental também interfere em nossos hormônios e no funcionamento do organismo. O emocional mais abalado pode diminuir a imunidade e, assim, a pessoa estará mais vulnerável à doenças e suas complicações.
O acompanhamento de um psicólogo é importante e deve ser feito desde o diagnóstico até fases mais avançadas da doença. A abertura para a paciente poder falar e trabalhar suas emoções é um componente importante dentro desse manejo. Podendo ajudá-la a entender-se melhor, processar o que é novo e a criar estratégias de enfrentamento a doença e as mudanças associadas a ela, com menos ansiedade e sofrimento.
Ninguém escolhe adoecer. Mas a capacidade de transformar uma situação desafiadora de dor em possibilidade de crescimento, sim, é uma escolha.
Sua escolha!
Escolher a Vida, a própria vida. Cuidando de si mesma da melhor forma possível.
Isso passa por uma reflexão íntima que conscientiza sobre a busca pelo (re)encontro de sua essência e do caminho que quer e como quer percorrê-lo.
Acreditamos que com maior informação, conhecimento, compreensão e, apoio, torna-se favorável à adesão, evolução e resposta ao tratamento do câncer de mama.
Assim é fundamental que o acompanhamento multidisciplinar seja promovido favorecendo o reestabelecimento da saúde em sentido amplo e integrativo.
Conte conosco, uma equipe alinhada a este propósito.
Abraçamos esta causa junto à você!
Glaucia de Melo Umemura
CRP 06/79371