O que é e como tratar câncer de endométrio?
Endométrio se trata de uma membrana que reveste a superfície interna do útero, e o câncer de útero mais comum é o carcinoma endometrial, que possui vários tipos, conforme a sua origem, epidemiologia e prognóstico.
O câncer de endométrio acomete principalmente mulheres acima dos 60 anos e consiste na presença de células malignas na parede interna do útero.
Essa condição costuma ter um bom prognóstico, pois pode ser detectada mais facilmente em fase inicial, uma vez que a paciente, geralmente, identifica um sangramento vaginal anormal – entre as menstruações ou após a menopausa – e busca ajuda médica para verificar o problema.
Além disso, ela pode apresentar outros sintomas, como:
- Dor pélvica ou cólica;
- Dor durante a relação sexual;
- Menstruação intensa e frequente;
- Corrimento vaginal após a menopausa;
- Secreção aquosa ou com sangue claro;
- Perda de peso.
Entretanto, caso haja metástase das células tumorais para outras partes do corpo, podem aparecer outros sintomas de acordo com a região acometida, como obstrução intestinal ou da bexiga, falta de ar, tosse, icterícia, aumento dos gânglios linfáticos, dentre outros.
Ainda não são muito bem esclarecidas as causas para o desenvolvimento do câncer de endométrio, mas existem alguns fatores de risco que podem favorecer o surgimento da doença, como:
- Obesidade;
- Diabetes;
- Hipertensão;
- Idade avançada (geralmente após a menopausa);
- Sedentarismo;
- Abuso do álcool;
- Hiperplasia atípica (espessamento do endométrio por conta da exposição ao estrogênio em mulheres que não ovulam todos os meses – 8% dos casos evolui para câncer);
- Primeira menstruação precoce ou menopausa tardia;
- Nunca ter tido filhos;
- Uso de pílula anticoncepcional;
- Terapia de reposição hormonal;
- Síndrome do ovário policístico;
- Ausência de ovulação;
- Câncer prévio (histórico de câncer de mama ou de ovário e tratamento com tamoxifeno ou aplicação de radioterapia na região pélvica).
- Predisposição genética (histórico famíliar).
Vale ressaltar que, apesar de se tratarem de fatores de risco, não significa que as mulheres acometidas por eles irão necessariamente desenvolver a doença, ou seja, não são fatores determinantes para ter o câncer de endométrio.
Isso também é válido para os sintomas, como o sangramento anormal, que pode indicar uma série de outras doenças. Estima-se que 90% das mulheres diagnosticadas com câncer de endométrio têm esse sangramento atípico, sendo um sinal presente na maior parte dos casos.
Entretanto, essa incidência cai bastante dentre as mulheres que apresentam esse sintoma após a menopausa, sendo que entre 5% e 20% delas têm de fato a doença.
Como tratar o câncer de endométrio?
Dentre as especialidades médicas que podem identificar o câncer de endométrio estão o oncologista e o ginecologista, que fazem uma avaliação pelo relato dos sintomas e a realização de exames, como o exame pélvico, ultrassom transvaginal, ressonância magnética, biópsia endometrial e curetagem para confirmar o diagnóstico.
Quando a doença é detectada, o próximo passo é identificar em que estágio ela se encontra, por meio de exame físico, ressonância magnética do abdômen e da pelve, raio-x do tórax e outros exames de imagem.
Existem quatro fases de estadiamento do câncer de endométrio, que identificam o grau de avanço da doença:
- Fase 1: quando o câncer se encontra apenas no revestimento do útero;
- Fase 2: quando invade o colo do útero;
- Fase 3: quando acomete as estruturas vizinhas da pelve;
- Fase 4: quando invade a bexiga, o reto ou outros órgãos mais distantes.
A indicação do tratamento pode se diferenciar em cada caso, de acordo com o estágio em que a doença se encontra, mas, de forma geral, envolve a realização de cirurgia, a fim de retirar o útero (procedimento chamado histerectomia), trompas e ovários e, dependendo do quadro, também pode ser necessária a remoção dos gânglios linfáticos da pelve e alguns do abdômen, com um procedimento chamado linfadenectomia.
Em casos de tumores mais agressivos, ou outras situações específicas, se faz necessária a inclusão de terapias adicionais, como a quimioterapia, radioterapia, braquiterapia ou hormonioterapia, que o médico oncologista poderá indicar de acordo com a situação de cada paciente para complementar o tratamento.
O câncer de endométrio tem cura? Quais as formas de prevenção?
A boa notícia é que o câncer de endométrio tem cura quando diagnosticado e tratado logo no início, ou seja, o quanto antes se identifica e se trata essa condição, maiores as chances – que podem chegar a 90% – de sucesso no tratamento, tendo como principal intervenção a cirurgia.
E a prevenção se dá a partir de bons hábitos de alimentação e estilo de vida, evitando os fatores de risco citados e frequentando regularmente o seu ginecologista para avaliações periódicas e a realização dos devidos exames de rotina, que são fundamentais para a detecção precoce, como o preventivo. Portanto, é possível prevenir o câncer de endométrio adotando boas práticas no dia a dia, como:
- Manter a pressão arterial e o controle da diabetes dentro dos níveis normais;
- Ter uma alimentação equilibrada;
- Praticar atividades físicas de modo regular;
- Não fumar;
- Controlar o consumo de álcool.
Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? Entre em contato com a nossa equipe e agende uma consulta.