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A importância da imunoterapia no tratamento do câncer de mama

Diferente dos tratamentos comuns, a imunoterapia é um tipo de terapia sistêmica à base de medicamentos que estimulam e auxiliam o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas, fazendo o seu reconhecimento e destruindo-as de modo eficaz. 

Amplamente aplicada para o tratamento de alguns tumores, como pele e pulmão, recentemente também passou a ser uma opção para tratar o câncer de mama.

Ainda que esta técnica já tenha se mostrado eficiente no tratamento de alguns tipos de câncer de mama mais agressivos, em 2019, a Anvisa aprovou o primeiro tratamento por imunoterapia para pacientes no Brasil com câncer de mama triplo negativo em fase avançada ou metastática – quando já se espalhou para outros órgãos. Em alguns casos, ela pode ser considerada como primeira opção terapêutica.

Esse tipo de câncer é bastante raro e possui um dos subtipos mais graves da doença, que até então carecia de recursos disponíveis para um tratamento específico, daí a importância da imunoterapia para esses casos. 

O medicamento aprovado se trata do atezolizumabe, que, aplicado em conjunto com um quimioterápico, propicia uma melhora significativa no prognóstico, ampliando a taxa de sobrevida das pacientes.

O câncer de mama triplo-negativo

Para entender a principal diferença deste para outros tumores, o câncer de mama triplo negativo é caracterizado por não expressar os receptores hormonais ou por não contar com a amplificação da oncoproteína HER2, que seriam os biomarcadores, ou seja:

  • Não conta com receptores de estrogênio e progesterona (hormônios femininos);
  • Não conta com a proteína HER2.

Sem esses elementos-chave para a atuação da hormonioterapia ou da terapia-alvo, por exemplo, seria impossível fazer a “leitura” das células para atacá-las.

Quando o câncer de mama é diagnosticado em fase inicial, ainda é possível realizar a remoção do tumor por meio de cirurgia, mas, até então, quando se constata o avanço da doença, as mulheres com o câncer de mama triplo negativo (cerca de 10 a 15% do total de casos) podiam contar basicamente com a quimioterapia e, em algumas situações, o complemento com a radioterapia no tratamento. 

Imunoterapia no tratamento do câncer de mama

Antes do atezolizumabe, outros medicamentos inovadores chegaram a ser testados, mas não obtiveram sucesso. E esse avanço na imunoterapia, testada e aprovada para os casos mais letais do câncer de mama, representa um grande passo para a medicina moderna e principalmente para a redução da taxa de mortalidade decorrente dessa enfermidade. 

O atezolizumabe tem como alvo a PD-L1, que se trata de uma proteína presente em algumas células tumorais e imunológicas. 

Então, com a aplicação desse medicamento, que pode ser administrado juntamente com outra substância chamada Abraxane, se faz o bloqueio dessa proteína, a fim de aumentar a resposta imunológica contra as células do câncer de mama, o que pode retardar ou mesmo reduzir o desenvolvimento de alguns tumores.  

A terapia por meio da administração do atezolizumabe, combinado com o medicamento quimioterápico nab-paclitaxel, foi o primeiro tratamento que passou pela aprovação, primeiramente do FDA (US Food and Drug Administration) e depois aqui no Brasil, para os casos de câncer de mama triplo negativo avançado em mulheres que apresentavam o tumor que expressa PD-L1 positivo. 

Sem dúvida, um dos grandes impulsionadores foi o estudo publicado pelo periódico científico The New England Journal of Medicine, com uma pesquisa envolvendo mais de 900 mulheres com a doença, apresentando resultados animadores.

Portanto, esse tipo de tratamento é específico para os quadros de pacientes com câncer do tipo triplo negativo, em que o tumor produz PD-L1, enquanto um receptor que fica localizado na superfície das células imunes, indicando a chance de sucesso com o tratamento de imunoterapia.

A solução medicamentosa é aplicada por infusão intravenosa, geralmente a cada duas semanas, e os efeitos colaterais mais comuns desse tratamento à base de atezolizumabe são:

  • Perda de cabelo;
  • Dormência ou dor nas mãos e/ou pés;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia;
  • Fadiga;
  • Anemia;
  • Prisão de ventre;
  • Dor de cabeça;
  • Alterações na tireoide.

Outros tipos de tratamento

Existem vários tipos de câncer de mama e, por isso, a doença pode evoluir de diversas formas e apresentar níveis de estadiamento diferentes. Com isso, cada caso demanda um tipo de tratamento, levando em conta também as características biológicas do tumor e as condições da paciente.

Felizmente, quando se fala em tratamentos para o câncer de mama, pode-se afirmar que muitos avanços vêm ocorrendo nessa área e, com isso, surgem novas possibilidades terapêuticas, que também estão cada vez melhores.

O importante é ter mente que quanto antes se chega a um diagnóstico, maiores são as chances de cura. Por isso, em caso de qualquer suspeita, por conta de sintomas ou sinais característicos do câncer de mama, é fundamental procurar ajuda profissional imediata.

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