Tudo o que você precisa saber sobre cirurgia oncológica
A cirurgia oncológica consiste num procedimento para prevenir, diagnosticar, estadiar (determinar o estádio ou a fase de desenvolvimento) ou tratar o câncer, podendo ser feita para atender mais de um desses objetivos. Em alguns casos, também pode ser realizada com o intuito de aliviar algum desconforto ou outros problemas que tenham ligação com a doença.
Quando o tumor é detectado em fase inicial, sendo possível a sua retirada total, o ato cirúrgico tem a função curativa. Já quando o propósito é reduzir a quantidade de células cancerosas ou controlar os sintomas associados à doença, a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente, a cirurgia tem uma finalidade paliativa.
Como exemplo, nesse último caso, podemos citar a descompressão de estruturas vitais, controle da dor, o desvio de trânsitos aéreo, digestivo e urinário, controle de hemorragias e perfurações, a retirada de uma lesão, etc.
Dentro da cirurgia oncológica, ainda existem subespecialidades que geralmente fazem referência à parte do corpo que está sendo tratada, como a cirurgia oncológica ginecológica, por exemplo, que consiste no procedimento cirúrgico no sistema reprodutor feminino, para o tratamento do câncer de ovário ou de colo de útero.
Princípios da cirurgia oncológica
Basicamente, existem oito finalidades principais para a realização da cirurgia oncológica:
- Cirurgia para o diagnóstico do câncer: em alguns casos, se faz necessária a realização da biópsia (retirada de uma amostra do tecido) para análise. Esse procedimento é chamado de biópsia cirúrgica.
- Cirurgia para o estadiamento do câncer: feita para detectar o tipo de câncer e se há a disseminação da doença para outras regiões do corpo. Esse procedimento permite um exame minucioso da área em torno do tumor, inclusive os linfonodos e órgãos vizinhos.
- Cirurgia curativa: realizada principalmente quando o tumor está localizado somente numa parte do corpo, com grande possibilidade de ser removido por completo. Nesse caso, a cirurgia é denominada curativa, pois se refere ao tratamento principal, mas pode ser combinada com outras opções terapêuticas, como a quimioterapia e a radioterapia.
- Cirurgia para remoção parcial do tumor: indicada para quando a retirada total do tumor representa um alto risco de danos aos órgãos ou tecidos próximos, sendo adotada geralmente em quadros mais avançados e alguns linfomas. O cirurgião remove o máximo possível do tumor, tratando o restante com outras terapias.
- Cirurgia paliativa: em casos mais avançados, essa intervenção pode aliviar sintomas que provocam desconforto ou incapacidade, como uma obstrução no intestino, por exemplo, ou dores de difícil controle com as terapias disponíveis, assim como tratar outros problemas relacionados ao câncer.
- Cirurgia de suporte: para pacientes terem acesso a outras opções terapêuticas, como a inserção de um cateter para a administração de quimioterapia.
- Cirurgia de reconstrução: pode ter a finalidade de melhorar a aparência ou restaurar a função de um órgão, por conta de uma cirurgia de grande porte ou mutiladora, como uma reconstrução mamária devido à mastectomia.
- Cirurgia profilática: também chamada de preventiva, esse tipo de cirurgia é realizada para remover um tecido que apresente alto risco de desenvolver câncer, ainda que não haja sinais da doença. O objetivo é reduzir esse risco e prevenir o aparecimento do tumor, mas, mesmo assim, esse procedimento não é uma garantia de que a doença não irá se manifestar.
Preparação para a cirurgia oncológica e anestesia
É comum ficar ansioso antes do procedimento, por isso, é importante conversar com o seu médico, tirando todas as dúvidas e relatando as suas principais preocupações em relação à cirurgia, para que ele possa melhor prepara-lo para esse momento e até indicar um medicamento que o ajude a ficar mais calmo.
Além disso, dependendo do tipo de cirurgia, o médico poderá solicitar uma preparação, com o cumprimento de algumas exigências, e também serão solicitados alguns exames pré-operatórios, a fim de avaliar o estado de saúde geral do paciente e, assim, planejar melhor a cirurgia. Dentre os mais pedidos estão:
- Exames laboratoriais (sangue e urina);
- Radiografia do tórax;
- Eletrocardiograma;
- Tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET scan, para avaliação do tumor.
Em alguns casos, é possível escolher o tipo de anestesia aplicada para a realização da cirurgia, que pode ser:
- Anestesia local: para cirurgias de menor porte, o paciente permanece acordado durante o procedimento.
- Anestesia tópica: aplicada por fricção ou pulverização na superfície do corpo, por exemplo, um spray que pode ser utilizado para anestesiar a garganta para a introdução de um endoscópio.
- Anestesia regional: também chamada de raquidiana ou peridural, esse tipo é usado em cirurgias mais simples, em que o paciente pode ficar acordado. Ele anestesia apenas uma determinada parte do corpo de acordo com a necessidade (um braço, uma perna, região inferior do corpo).
- Anestesia crepuscular: se trata de uma sedação que não deixa o paciente inconsciente, apenas adormecido, em que uma dose leve de medicamento é aplicada via intravenosa. No retorno da anestesia, o paciente não se lembrará do procedimento.
- Anestesia geral: para cirurgias maiores e mais complexas, geralmente, o paciente é intubado e respira com a ajuda de aparelhos, tendo os seus sinais vitais monitorados a todo o momento.
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